É interessante perceber que ao longo dos anos algumas doenças marcaram momentos sócio-históricos baseando-se nos conceitos de "normalidade" e "anormalidade". Afinal de contas, o conceito de "saúde" e "enfermidade" derivam diretamente desses debates e variam de acordo com o contexto social em cada época e cultura.
Na Grécia antiga, por exemplo, a "loucura" era tratada como uma manifestação dos deuses, inclusive os ataques epiléticos eram nomeados como "doenças divinas".
Na Idade Média, as pessoas consideradas "loucas" eram reconhecidas como possuídas por espíritos malignos e muitas chegaram a ser queimadas em fogueiras nas praças públicas.
O que percebe-se, e é muito comum em nossos dias ainda, é que, enquanto algumas doenças não recebem nomes e/ou são catalogadas com reconhecimento médico internacional, elas são tratadas com total descaso pela comunidade médico-científica. Fica aqui minha primeira crítica àqueles profissionais da saúde que, em detrimento a tratar de pessoas, insistem em apenas identificar doenças; não se preocupam com a causa primária e sim com o sintoma. De modo geral, a Psicologia é tributária do modelo médico, por isso alguns profissionais ainda priorizam o roteiro de enquadramento ou adequação à estrutura em que o maior número possível de sintomas apontam para o "nome" do problema, tudo isso sem levar em conta o SER HUMANO que se lhe apresenta com um nível se sofrimento muitas vezes insuportável.
Que fique claro que a crítica que se faz aqui não é ao método utilizado pelo profissional, mas à maneira como se utiliza o método, quando este conduz à desumanização daquela pessoa que clama por ajuda ao buscar uma terapia ou qualquer outro tipo de serviço que a Psicologia poça oferecer.
Apenas para que fique claro o ponto onde pretende-se chegar com este post, pode-se citar como outro bom exemplo de contexto sócio-histórico o que aconteceu no começo da carreira de Sigmund Freud. Estudando as histéricas, ele percebe que a causa do problema seria bem mais profunda do que os sintomas que se apresentavam. Naquela época a histeria era sinônimo de "piti" "frescura de mulher", etc.
Os estudos sobre o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem avançado muito com grande eficácia e responsabilidade. Esta, se assim pode-se dizer, ainda é uma daquelas doenças em que se ouve dizer: "...isso é culpa dos pais que não dão limites aos filhos...¨, ou "...tal pessoa é preguiçosa e se esconde atrás da doença para não ter que trabalhar...", e ainda "...ele deve ter algum problema de caráter..." e por ai vai...
Bastante semelhante à histérica do final do século XVIII, guardadas as devidas proporções, obviamente.
Na verdade, todas estas proposições podem ser verdadeiras se o sujeito que ainda não foi diagnosticado, pra não dizer "rotulado", com este transtorno for ouvido e tratado como pessoa (humana) e não como um doente (sintoma) simplesmente.
Para auxiliar um pouco melhor a compreensão da dimensão do problema, seguem algumas características deste transtorno, e insisto, não é objetivo deste post ensinar a fazer diagnóstico de TDAH, mas alertar para a seriedade da questão e, caso verifique-se as características sintomáticas em alguém, que um profissional da área seja procurado para o devido tratamento.
As informações abaixo foram extraídas do site da ABDA - Associação Brasileira do Défict de Atenção (www.tdah.org.br) em 22/02/2010.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.
No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.
Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.
As informações abaixo foram extraídas do site da ABDA - Associação Brasileira do Défict de Atenção (www.tdah.org.br) em 22/02/2010.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.
No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.
Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.
Referencial teórico:
FOUCAULT, Michel. A história da loucura na idade clássica. Perspectiva: São Paulo,1997.
Associação Brasileira de Defict de Atenção, em http://www.tdah.org.br (extraído em 22/02/2010).
Associação Brasileira de Defict de Atenção, em http://www.tdah.org.br (extraído em 22/02/2010).